sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Níveis de colesterol devem ser avaliados a partir dos 30 anos

    Nem todos sabem que o colesterol é uma substância necessária para o organismo. Sem ele, as células não formam a membrana que as envolve. No entanto, o desequilíbrio na produção desse tipo de gordura pode ter sérias implicações no organismo.
 
    O intrigante é que existem dois tipos de colesterol: o HDL, ou bom colesterol, que protege contra ataques cardíacos e o LDL, ou mau colesterol, que facilita a formação de placas de ateroma nas veias e artérias e favorece o aparecimento de doenças cardiovasculares.


    Nem sempre os níveis de colesterol são determinados pela dieta e estilo de vida. Colesterol alto não dá sintomas a não ser quando o estrago já está feito, o que torna seu controle uma medida indispensável para evitar riscos, uma vez que há relação entre colesterol elevado e acidentes cardiovasculares, no Brasil, a principal causa de morte em homens e mulheres.

Nas últimas décadas, demonstrou-se a associação entre níveis elevados de colesterol no sangue e ocorrência de doenças cardiovasculares. Veja bem, estou dizendo cardiovasculares e não apenas cardíacas. Isso significa que acidentes cerebrais e a insuficiência vascular periférica também fazem parte desse conjunto de enfermidades cujo denominador comum é a aterosclerose, doença ligada à elevação do colesterol que provoca entupimentos nas artérias e veias, ou seja, gera redução de luz e obstrução no interior das artérias e, consequentemente, diminuição do fluxo sanguíneo.


Níveis elevados de colesterol causam entupimento de artérias e veias. Ilustração: James Benet/iStock


    A aterosclerose é causa, por exemplo, de ataques cardíacos como infarto do miocárdio e angina (o principal sintoma é dor intensa no peito), de intervenções como pontes de safena e angioplastias e é causa também de acidentes vasculares cerebrais. Portanto, estamos falando de uma patologia, a aterosclerose, que tem como um dos fatores desencadeantes o colesterol aumentado.

 E o mau colesterol, como funciona?

     A longo prazo, o LDL, ou mau colesterol, estabelece relação clara com a ocorrência de doença cardiovascular. O estudo de Fremingham, nos Estados Unidos, que analisou ao longo de muitos anos mais de cinco mil pessoas, começando o acompanhamento quando elas eram ainda adolescentes ou estavam iniciando a fase adulta, demonstra a indiscutível relação entre doença cardiovascular e níveis aumentados do colesterol.

    Diante de tal evidência, tentou-se avaliar o que aconteceria se esses casos fossem tratados a longo prazo, quer dizer, o que aconteceria se conseguíssemos baixar suficientemente o nível de LDL nas pessoas que sofreram infarto, têm doença coronariana documentada por coronariografia ou se submeteram a cirurgia das coronárias. A conclusão a que mais de 20 estudos chegaram foi uniforme e constitui a chamada prevenção secundária. 

    A diminuição dos níveis de LDL, de fato, reduz a ocorrência de eventos cardiovasculares, ou seja, reduz a incidência de infartos fatais e não fatais, a necessidade de cirurgia e de angioplastia e a mortalidade. E mais: reduz também os índices de mortalidade por outras causas. Essa informação indica que a pessoa com LDL aumentado, especialmente se já manifestou algum problema cardíaco, precisa ser tratada.


    Na segunda etapa da investigação, procurou-se analisar o que aconteceria com uma parcela significativa da população que não tem doença cardíaca manifesta, mas apresenta nível de LDL aumentado. A resposta foi a mesma. Baixando o nível de LDL suficientemente, haverá redução dos eventos cardiovasculares e da mortalidade global dentro de quatro ou cinco anos. Curioso é que essa conclusão se aplica a homens e mulheres, jovens e adultos, fumantes e não-fumantes, hipertensos e não hipertensos.


    Essas duas informações nos obrigam a difundir a idéia de que a pessoa precisa medir os níveis de colesterol, pois se estiverem fora das faixas adequadas, corrigir essa anormalidade leva a uma redução substancial de eventos patológicos.

                                                                  Heider Costa
                                                          Consultor do Bem-Estar
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário